Violência Moral no trabalho
: "Nos últimos dez anos, empurrados por um sensível aumento do número de diplomados com curso superior e pela “feminização”, os executivos passaram a vivenciar uma situação inusitada: o “escândalo” do desemprego
Paul Bouffartigue
Do desemprego, de que não são isentos, ao aumento de pressões no trabalho, passando por carreiras mais incertas, os executivos passaram por várias linhas de fratura ao longo das duas décadas anteriores. E a retomada desses últimos anos não foi suficiente para apagá-las. As mudanças tecnológicas e industriais e o avanço neoliberal abalaram a figura social tradicional do executivo.
Tudo começou no início da década de 90, quando o número dos executivos em busca de emprego passou de 90 mil, em 1990, para 180 mil, em 1994: duplicou em quatro anos. Aqueles que, até ontem, as diretorias das empresas se contentavam em pôr de lado provisoriamente, agora estão nas listas dos demitidos por razões econômicas. Um trauma.
O trauma do “solicitante de emprego”
A antinomia dos termos “executivo” e “desempregado” está tão arraigada, que eles preferem definir-se sob o eufemismo de “solicitante de emprego”
Trata-se de uma época em que o desemprego dos colarinhos brancos escandaliza. A antinomia dos termos “executivo” e “desempregado” está, aliás, tão profundamente arraigada, que os próprios interessados, na maioria das vezes, se recusam a definir-se dessa forma, inclusive sob o eufemismo “solicitante de emprego1”. Uma testemunha disso é Christiane, gerente comercial numa pequena empresa e diplomada numa escola d"
Paul Bouffartigue
Do desemprego, de que não são isentos, ao aumento de pressões no trabalho, passando por carreiras mais incertas, os executivos passaram por várias linhas de fratura ao longo das duas décadas anteriores. E a retomada desses últimos anos não foi suficiente para apagá-las. As mudanças tecnológicas e industriais e o avanço neoliberal abalaram a figura social tradicional do executivo.
Tudo começou no início da década de 90, quando o número dos executivos em busca de emprego passou de 90 mil, em 1990, para 180 mil, em 1994: duplicou em quatro anos. Aqueles que, até ontem, as diretorias das empresas se contentavam em pôr de lado provisoriamente, agora estão nas listas dos demitidos por razões econômicas. Um trauma.
O trauma do “solicitante de emprego”
A antinomia dos termos “executivo” e “desempregado” está tão arraigada, que eles preferem definir-se sob o eufemismo de “solicitante de emprego”
Trata-se de uma época em que o desemprego dos colarinhos brancos escandaliza. A antinomia dos termos “executivo” e “desempregado” está, aliás, tão profundamente arraigada, que os próprios interessados, na maioria das vezes, se recusam a definir-se dessa forma, inclusive sob o eufemismo “solicitante de emprego1”. Uma testemunha disso é Christiane, gerente comercial numa pequena empresa e diplomada numa escola d"
0 Comments:
Post a Comment
<< Home